Esqueci minha senha
Justiça sem barreiras: a superação de duas mulheres

Sandra Moreno - 6 de abril de 2025

Compartilhar


A jornada da advogada Isabella Aparecida Figueiredo Ferreira e da bacharel em direito Natália Araújo dos Reis prova que nenhuma barreira é grande demais para quem carrega determinação e sonho. Desde a infância, enfrentaram desafios que iam além da deficiência visual – a falta de acessibilidade, o preconceito e a desconfiança sobre suas capacidades. No entanto, com resiliência e dedicação, conquistaram a graduação em Direito e agora seguem caminhos de grande impacto na justiça. Isabella, 26 anos, formada em 2021, atua na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e se prepara para concursos públicos, com o objetivo de ingressar na promotoria de justiça. “Eu sempre quis ser juíza, mas quando estagiei no Ministério Público, me apaixonei pela promotoria. Quero lutar para garantir que os direitos sejam cumpridos”, afirma.
Natália, 23 anos, formada em 2025, sentiu na pele as dificuldades da inclusão escolar e busca na magistratura uma forma de transformar o sistema jurídico em um ambiente mais acessível e igualitário. “Muitas vezes disseram que eu não conseguiria, mas eu sempre soube do meu potencial. Quero ser juíza para que outras pessoas com deficiência não precisem enfrentar tantas barreiras”, destaca. Desde a infância, ambas contaram com o apoio da família e da escola para superar desafios. Isabella iniciou os estudos com uma professora cega que a alfabetizou em braile e apresentou a tecnologia assistiva. Natália, aos dois anos, ingressou na ABAVIN, entidade que acolhe crianças com deficiência visual, e enfrentou obstáculos quando a educação inclusiva foi implementada no ensino básico. “Não tínhamos as adaptações necessárias, e muitas vezes éramos limitadas por falta de conhecimento dos educadores, mas também tivemos muito apoio de pessoas, de outros educadores que acreditavam em nosso potencial e lutaram por nós”, relembra Natália.
Hoje, elas seguem firmes em seus propósitos. Determinadas a não deixarem suas deficiências limitá-las, mostram que a inclusão não é um favor, mas um direito. “Se eu puder deixar um recado, diria: não aceite que te digam que você não é capaz. Vá atrás do seu sonho!”, finaliza Isabella.