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Médico alerta para casos de dengue e suas complicações

O Diário - 15 de fevereiro de 2025

Infectologista afirma que momento é de monitoramento, vigilância e cuidado com a doença

ALERTA: Guilherme Freire destaca que o retorno do sorotipo 3 da dengue pode agravar os casos de infectados.

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Após 18 anos, Barretos volta a registrar casos de dengue tipo 3, o que tem preocupado especialistas. A última vez que o município teve registro desse sorotipo foi em 2007. Desde então, apenas os tipos 1 e 2 vinham sendo identificados de forma alternada. Os primeiros casos deste ano foram do tipo 2, mas agora, o tipo 3 foi detectado, gerando alerta entre as autoridades de saúde.

Na última atualização da doença (15), a cidade já registrava 345 casos positivos, 1.078 notificados, 242 aguardando exames e 7 pacientes internados. Além disso, os órgãos de saúde investigam dois óbitos: um bebê de 1 ano e uma idosa de 83 anos.

O médico infectologista da rede municipal de saúde, Guilherme Freire, alerta que a situação é preocupante tanto pelos números crescentes quanto pela circulação de um novo sorotipo após quase duas décadas.

O Diário: Doutor, o tipo 3 de dengue é motivo de preocupação?

Dr. Guilherme: Sim, a preocupação existe porque, como esse sorotipo não circulava há muitos anos, temos uma população altamente suscetível. Muitas pessoas nunca tiveram contato com esse vírus e, por isso, estão mais vulneráveis à infecção e às complicações. Além disso, aqueles que já tiveram dengue de outro sorotipo têm um risco aumentado de desenvolver formas graves da doença ao contrair o tipo 3.

O Diário: Esse sorotipo pode causar casos mais graves?

Dr. Guilherme: Sim, quando uma pessoa tem dengue pela segunda vez, independentemente do sorotipo, o risco de desenvolver uma forma mais grave da doença é significativamente maior. Isso acontece porque o organismo pode reagir de maneira exacerbada ao novo contato com o vírus, levando as complicações.

O Diário: Crianças e idosos precisam de atenção especial?

Dr. Guilherme: Sim, os extremos de idade, ou seja, crianças menores de 2 anos e idosos acima de 60 anos, além de pessoas com comorbidades, correm maior risco de desenvolver formas graves da doença. Esses grupos precisam de monitoramento constante caso apresentem sintomas de dengue.

O Diário: Quais são os principais sintomas que exigem atenção?

Dr. Guilherme: Os sintomas clássicos da dengue incluem febre de início súbito, dor no corpo, dor de cabeça, mal-estar e náuseas. Se houver comorbidades, é essencial ficar atento para evitar descompensações. Além disso, sinais de alerta, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, febre prolongada, queda de pressão, tontura ao se levantar e sangramentos espontâneos (como sangramento na gengiva ao escovar os dentes), são indicativos de gravidade e exigem atenção médica imediata.

O Diário: A dengue apresenta fases distintas?

Dr. Guilherme: Sim, a doença tem três fases bem definidas. A primeira é a fase febril, que dura de 3 a 4 dias e é caracterizada por febre alta e mal-estar. Em seguida, a maioria dos pacientes entra na fase de recuperação. No entanto, uma parcela pode evoluir para a fase crítica, onde as complicações podem se agravar, levando a riscos.

O Diário: Qual é a conduta recomendada ao perceber os sintomas da dengue?

Dr. Guilherme: O mais importante é buscar atendimento médico assim que surgirem os sintomas, para um diagnóstico adequado e acompanhamento. A hidratação é fundamental para uma boa evolução do quadro. Além disso, é essencial manter a vigilância, eliminar focos do mosquito transmissor e seguir todas as orientações médicas para evitar complicações. O momento é de monitoramento, vigilância e cuidado, finalizou o infectologista.