Médicos realizam primeiro transplante de coração em Barretos
Adelaide Lavanini - 9 de setembro de 2024
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Uma equipe de cirurgiões cardíacos da Santa Casa realizou o primeiro transplante de coração na história de Barretos. O procedimento ocorreu em 2 de setembro, no anexo I da Santa Casa, localizado no Hospital de Amor Nossa Senhora. O receptor é um paciente de 53 anos, residente de Bebedouro, com insuficiência cardíaca crônica. Ele estava internado há mais de 60 dias e o transplante era sua única chance de sobrevivência. Já o doador tinha 43 anos e morreu após um AVC.
Segundo o médico André Monti Garzesi, o paciente estava em estado grave e foi priorizado na lista da Central Estadual de Transplantes. “Recebemos a oferta de um coração compatível no dia 2 de setembro e, imediatamente, organizamos as equipes para o procedimento,” contou.
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O dr. André e o dr. Caio Gullo se encarregaram da extração do órgão, enquanto o dr. Matheus Botossi Meirelles e o perfusionista Henrique Schiller preparavam o receptor no centro cirúrgico. A logística contou com o apoio da Força Aérea Brasileira que apoiou o transporte até o Rio de Janeiro. A equipe decolou de Barretos às 8h, retornou por volta das 15h e imediatamente se iniciou o transplante. O dr. André explicou que o coração pode ser preservado fora do corpo por até quatro horas e a comunicação constante entre as equipes foi crucial para o sucesso da cirurgia.
Ansiedade e satisfação
O cirurgião Matheus Botossi Meirelles destacou a tensão e a emoção que envolveram o procedimento. “Havia muita angústia, pois não sabíamos se o órgão seria viável e mantivemos contato constante com o paciente e a equipe,” relatou. Ele ressaltou a gratificação ao ver a emoção do paciente e sua família após a operação. “Colocar o sangue de volta no coração e vê-lo bater novamente é uma grande felicidade,” afirmou.
Apoio multidisciplinar
O dr. Caio Eduardo Gullo enfatizou a importância da equipe multidisciplinar para o sucesso do transplante. “Profissionais como fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, dentistas, nutricionistas e enfermeiros foram essenciais para preparar o paciente nas melhores condições para receber o novo órgão,” destacou.
Tecnologia e alinhamento da equipe
Henrique Schiller, biólogo e perfusionista, foi responsável por operar os equipamentos de circulação extracorpórea que mantiveram as funções cardíacas e pulmonares durante a cirurgia. “Graças à tecnologia empregada, o paciente não precisou de transfusões de sangue. Ver a alegria dele é uma conquista para todos nós,” declarou Schiller.
Recuperação
O paciente, que está em recuperação na UTI do Hospital Nossa Senhora, apresenta evolução dentro dos parâmetros esperados, mas ainda requer cuidados intensivos. “Antes do transplante, seu coração funcionava com apenas 19% de capacidade devido a um infarto e já não havia mais tratamentos possíveis,” explicou o dr. André. O tempo de internação previsto é de 20 a 30 dias, período no qual serão monitorados riscos de infecção e rejeição do órgão. Ivana Clemente Castro, diretora do DRS, elogiou o trabalho da equipe médica. “Este transplante marca uma nova era para os serviços de cardiologia e oferece esperança para os pacientes em filas de espera. Estou profundamente emocionada com o trabalho excepcional desses profissionais,” concluiu.
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