Mensagem de dom Milton sobre Ano Jubilar
O Diário - 7 de julho de 2022
Dom Milton Kenan Júnior
Compartilhar
O bispo dom Milton Kenan Júnior divulgou a circular mensal em que informa sobre o Ano Jubilar da Diocese de Barretos e outros temas. A íntegra é a seguinte:
Prezados irmãos e irmãs,
Na celebração da Missa da Unidade neste ano, em Pentecostes, foi dado início à celebração do Ano Jubilar de nossa Diocese, que no próximo ano celebra os 50 anos de sua criação e instalação. Escolhemos o lema: “Com esperança, caminhamos juntos, animados pelo Espírito Santo” para iluminar nosso caminho e motivar-nos para podermos vivê-lo intensamente.
Queremos, neste ano, dar um destaque ao “Querigma”, ou seja, partir sempre do fato de que “conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria, segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (Doc. de Aparecida, 18).
Na Exortação “A Alegria do Evangelho”, o Papa Francisco diz que o querigma é aquele anúncio principal, ao qual se tem de voltar continuamente (EG n. 164). Se ele é a condição indispensável para aqueles que ainda não conhecem Jesus Cristo, ele é urgente para os que se afastaram da fé e da Igreja.
O querigma não é uma propaganda para ganhar adeptos, ou então um anúncio prodigioso, na busca de milagres, sem um compromisso profético e sem o seguimento de Cristo. Ainda o Papa Francisco diz que “no próprio coração do Evangelho, aparecem a vida comunitária e o compromisso com os outros. O conteúdo do primeiro anúncio tem uma repercussão moral imediata, cujo centro é a caridade” (EG n. 177).
Se outrora, era possível contar com uma cultura fortemente marcada pela fé, onde os valores cristãos eram transmitidos na família, na escola e no próprio ambiente, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade. Numa realidade onde cada vez fica evidente que a transmissão da fé não ocorre como no passado, através da família ou dos colégios católicos, somos desafiados hoje a fazer ressoar o querigma sempre de novo.
Da mesma forma, terá importância valorizar o querigma quando a Igreja se coloca numa atitude de “conversão pastoral”: “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Assim será possível que “o único programa do Evangelho continue introduzindo-se na história de cada comunidade eclesial com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifesta como mãe que vai ao encontro, uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária” (Documento de Aparecida, n. 370).
Celebrar o Jubileu pode ser para todos nós uma graça e oportunidade de recuperarmos o nosso compromisso de ser uma “Igreja em saída”, partindo da certeza de que “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, dessa forma, o rumo decisivo” (Bento XVI).
O querigma nos permite repropor o encontro com Jesus Cristo, como se deu com a samaritana (Jo 4, 5-42) que compreendida e amada pelo Senhor de uma maneira extraordinária, tornou-se sua testemunha, levando seus conterrâneos ao encontro Dele! Quem dera ocorresse o mesmo conosco: do encontro com o Senhor, possamos levar muitos a encontrar-se com Ele.
Dom Milton Kenan Júnior
Bispo de Barretos