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Músicos paralisam concerto e realizam leitura de carta sobre mudanças na carga horária de trabalho

Roberto José - 29 de março de 2025

A Orquestra Sinfônica de Barretos abriu a sua programação de espetáculos de 2025, com uma apresentação no teatro Cine Barretos, na noite da última sexta-feira (28), diante um grande público.

O músico Lucas Vinicius da Silva realizou a leitura da carta aberta (Foto – Reprodução vídeo)

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A Orquestra Sinfônica de Barretos abriu a sua programação de espetáculos de 2025, com uma apresentação no teatro Cine Barretos, na noite da última sexta-feira (28), diante um grande público. Após a apresentação das três primeiras músicas do repertório, sem a presença do maestro e dos estagiários, os 36 músicos integrantes da orquestra barretense paralisaram o espetáculo, e o músico Lucas Vinicius da Silva realizou a leitura de uma carta aberta com o tema “A Orquestra Sinfônica de Barretos pede socorro!”, contra o desmonte da Orquestra. No texto, é abordado o pedido de exoneração de um dos músicos, diante da atual situação, e logo após foi feito um minuto de silêncio.

Na carta, os músicos relatam: “as recentes medidas adotadas pela Administração Municipal impõem mudanças abruptas e unilateralmente estabelecidas, sem diálogo com os músicos e sem considerar as particularidades da natureza do trabalho artístico. São 28 anos funcionou da mesma forma, e de forma arbitrária e repentina, em menos de uma semana, foi alterada nossa forma de contabilização da carga horária”, destaca o texto.

Segundo os músicos, a atual administração alterou a forma de contabilizar as horas, e exige o cumprimento de uma carga horária semanal de 20 horas, exclusivamente, presenciais, aumentando-a sem remuneração para isso, impondo uma sobrecarga incompatível com a prática orquestral. “Pois, além dos ensaios, o alto nível de excelência da OSMB depende de um rigoroso estudo prévio individual, alimentado por horas de estudo teórico e prático para uma boa execução artística e aplicação prática”, finaliza o texto.

Procurada, a Prefeitura da Barretos, informou através da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, que os músicos da Orquestra Municipal são regidos pela Lei Complementar nº 68, de 03 de julho de 2006. A prática adotada nos anos anteriores divergia daquilo que a referida Lei determina, e, por essa razão, a atual administração tem se dedicado a estudar ajustes que garantam a continuidade e o fortalecimento da Orquestra. “A gestão municipal reconhece a importância da Orquestra, e no entanto, é fundamental que a dedicação e o cumprimento da carga horária, conforme estabelecido nos concursos realizados, sejam respeitados de forma rigorosa. A administração entende as especificidades do trabalho dos músicos, muitos dos quais residem em outras cidades e possuem outros vínculos profissionais, o que é um reflexo da excelência e comprometimento desses profissionais. Contudo, é essencial que o vínculo com a Prefeitura não seja confundido com um trabalho eventual, ou "bico", que prejudique o cumprimento das responsabilidades estabelecidas", destacou o prefeito Odair Silva.