Por Pe. Pedro Lopes, Vigário paroquial São Miguel Arcanjo, Miguelópolis-SP

O Evangelho de Marcos, em seu capítulo 12, versículos 28b-34, nos apresenta o cerne da mensagem de Jesus: o amor a Deus e ao próximo como os mandamentos supremos. Essa passagem nos convida a uma reflexão profunda sobre a forma como vivemos nossa fé e como nos relacionamos com aqueles que nos cercam.

Jesus, ao responder à pergunta do escriba, não apenas reafirma os mandamentos da Lei de Moisés, mas os conecta de forma inseparável. O amor a Deus e o amor ao próximo não são duas realidades separadas, mas sim duas faces da mesma moeda. Amar a Deus implica amar o próximo, e amar o próximo é uma forma de amar a Deus. Essa mensagem de Jesus é revolucionária para a época, pois desafia a visão legalista e ritualista da fé dos pares à época. Jesus nos mostra que a verdadeira religião não se resume somente a ritos e sacrifícios, mas sim a um amor que se manifesta em ações concretas.

Amar a Deus com todo o nosso ser significa entregar-se completamente a Ele, colocando-o no centro de nossas vidas. Significa buscar conhecê-lo através da oração, da leitura da Bíblia e da participação nos sacramentos. Significa viver de acordo com seus ensinamentos, buscando a santidade em todas as nossas ações.

Amar o próximo como a nós mesmos significa ver o outro como um irmão, como um filho de Deus. Significa respeitar sua dignidade, seus direitos e suas diferenças. Significa colocar-se no lugar do outro, sentir sua dor e oferecer ajuda e apoio. Significa perdoar, acolher e amar sem limites.

Podemos colocar em prática esses mandamentos no lar, cultivando o diálogo, o respeito e a compreensão entre os membros da família. No trabalho, agindo com honestidade, justiça e solidariedade com os colegas. Na comunidade, participando de ações sociais, ajudando os mais necessitados e promovendo a paz e a justiça. Na igreja, participando das celebrações, servindo aos irmãos e buscando a comunhão com Deus. Jesus nos convida a vivermos de forma coerente com nossa fé, praticando o amor em todas as nossas relações. Não basta professarmos o amor, é preciso vivê-lo em ações concretas. A coerência de vida é um testemunho poderoso do Evangelho e um caminho para a felicidade e a realização pessoal.