O amor de cristo nos uniu
Diocese de Barretos - 26 de março de 2025

O amor de cristo nos uniu
Compartilhar
Por Pe. Flávio Aparecido Pereira, Vigário Catedral, Barretos-SP
Quando olhamos para o livro de Gênesis, constatamos o amor de Deus por tudo aquilo que Ele havia criado, pois via que tudo era bom, mas quando cria o homem, cria-o à sua imagem e semelhança (Gn 1, 26-27), e, ao final, vê que tudo era muito bom (Gn 1,31). Do nada, Deus cria tudo, e o faz por meio de sua Palavra. O amor de Deus está presente em toda a história de Israel e, mesmo que o homem tenha voltado suas costas para Deus, este não vira o rosto, mas deseja que o pecador se converta e tenha a vida em plenitude. Nas celebrações eucarísticas diárias e dominicais, as quais participamos, vivenciamos o mistério pascal de Cristo, passamos pelas promessas contidas no Antigo Testamento, até sua realização, com o Novo Testamento; somos chamados a participar da ceia eucarística, da qual fazemos memória, e como João Batista, nos colocamos diante do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E quando desejamos a paz, queremos que o sentimento de Deus, o qual mora em nós, permaneça no coração do irmão que se encontra ao meu lado. Na celebração eucarística, quando o sacerdote diz ‘a paz do Senhor esteja convosco’, todos respondem ‘o amor de Cristo nos uniu’, assim, fica evidenciado que nós nos reunimos em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia, devido ao amor de Cristo, o qual nos congrega em um único corpo e uma única família, a qual chamamos de Igreja. O que aconteceu em Gênesis, quando Deus via que tudo era muito bom, tem seu ápice na paz que desejamos ao outro, pois é através de seu amor que nos reunimos. Sendo a imagem e semelhança de Deus, tendo o seu amor em cada um de nós, pois nos reúne como uma única e grande família em seu nome, deveríamos ter pelo irmão, tal qual por nós mesmos, empatia, misericórdia, humildade e acima de tudo, amor. A Palavra nos prepara para a Eucaristia e o ato de comungar do corpo, sangue, alma e divindade de Cristo, nos faz comungar do amor oblativo, que se doou a todos nós na última ceia. Quando o fazemos, recordamos a memória de sua paixão, morte e ressurreição. Este amor deve fazer com que todos os crentes sejam livres de amarras, injustiças, angústias, tristezas, provações, pois o Amor foi capaz de morrer numa cruz, para que todos em sua morte, morrêssemos, uma vez que em sua ressurreição, todos, dela, tomássemos parte. Apenas isto é capaz de vencer todas as segregações: o amor de Cristo, que nos une.