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O domingo de Ramos

Diocese de Barretos - 13 de abril de 2025

O domingo de Ramos

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Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

Chegamos hoje ao início da semana que nos permite reviver os últimos momentos da vida de Jesus. Vamos acompanhá-lo desde a sua chegada à Jerusalém, onde se consumará sua vida até a sua Ressurreição, na manhã do domingo da Páscoa. Na entrada de Jesus em Jerusalém, como narram os evangelistas, parece que tudo estava previsto por Jesus nos seus detalhes. Jesus imitando os reis de Israel serve-se de um jumentinho como montaria para entrar na Cidade Santa. Ao mesmo tempo que o seu gesto demonstre a sua humildade, não deixa de revelar que ele tem consciência de ser o rei esperado pelo seu povo para inaugurar um novo tempo, um tempo de reconciliação e de paz. Lucas observa que os discípulos que acompanham Jesus o aclamam como o Rei que vem em nome do Senhor. Os discípulos compreendem o gesto de Jesus por isso o aclamam e revestem o animal com seus mantos demonstrando assim reconhecer a sua realeza. O gesto dos discípulos é tão expressivo que os fariseus vão censurá-los. Jesus, porém, confirma a atitude dos discípulos dizendo que a sua realeza é tão evidente que se eles se calarem as pedras gritarão. Alguns dias depois o cenário se inverte. Jesus que foi aclamado como “Rei” é condenado à morte pelas autoridades religiosas que o entregam a Pilatos, governador romano como um subversivo. Dizem: “Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando se ele mesmo Cristo, o Rei”. Embora Pilatos não o considerasse como uma ameaça ao Império, se vê obrigado a condená-lo à morte, para atender o pedido da multidão que pede a libertação de Barrabás um criminoso em vez da sua. Jesus, na sua Paixão caminha usando de compaixão e misericórdia com aqueles que se compadecem dele, como é o caso das mulheres que choravam por ele, o ladrão que suplica por piedade, enquanto morre com ele; e, Jesus crucificado intercede pelos seus assassinos, rezando: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” Também na Paixão, Jesus não deixa de usar de compaixão com os que condenam e se compadecem da sua sorte, ensinando aos discípulos que nada pode ser motivo para a vingança e rancor. Aprendamos com Cristo, ao iniciar esta Semana que chamamos “Santa”! Como ele fez nós somos chamados a fazer também: não pagar o ódio com ódio, mas com perdão e amor. Não nos deixar vencer pelo mal, mas vencer o mal pelo bem.