O notável Caminho da Fé
O Diário - 4 de maio de 2024
Patrício Augusto
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Este título acima é o nome de um breve documentário que estou produzindo para publicar no Facebook e depois, e também, logo que criar, no meu canal Youtube. Há cerca de 3 meses, quando fiz um percurso de bicicleta entre Jaguariúna e Holambra – ida e volta e outros de menor distancia, botei na cabeça que faria o Caminho da Fé, por onde peregrinam milhares de romeiros rumo a Aparecida. Estabeleci Águas de Prata como ramal pretendido e planejei primeiro fazer todo o trecho de carro – cerca de 295 kms.
Fiz isto de 21 a 24 de abril, imaginando que o conseguiria somente nos dois primeiros dias. Mas as situações que encontrei pelo Caminho não tornou possível. Reincorporei minha veia de repórter me sentindo aquele jovem “foca de redação” enviado a lida e passei a entrevistar todos que via pela frente para conhecer suas experiências. Mas não limitei os temas somente a religiosidade.
A ideia de primeiro fazer o Caminho motorizado foi para conhecê-lo e mapeá-lo. A saída foi deslumbrante, o percurso um espetáculo e a chegada tranquila. Tudo fluiu naturalmente. Fiz os 295 kms “ipsis litteris” – como manda o manual, todo por dentro, por terra, incluindo, é claro os trechos internos de cada cidade, onde vi belíssimas igrejas, prédios antigos e muito mais.
No percurso me deparei com belezas naturais impactantes. Nos quatro dias mais de 19 localidades percorridas (cidades, bairros e distritos). Fiz 42 vídeos, alguns como tomadas e outros com entrevistas; centenas de fotos e o texto do Documentário deu 16 laudas. Entre os peregrinos que faziam o percurso a pé, de bike e também em cavalos, encontrei pessoas de seis estados e mais de 30 cidades, entre as quais uma jovem de Barretos, que fiz breve entrevista.
Foi uma experiência notável. Vi em cada passo, pedalada e cavalgada dos romeiros como é possível viver simples e com pouca coisa. Não se pode levar muita bagagem. Tem que ser o suficiente para estar ali naquela atividade diária temporária. Muitos fazem o Caminho por gratidão ou para ainda alcançar uma graça.
De uma alguma forma, seja o que vier para cada pessoa na sua vida adiante, penso que isto acontece. Quem faz o percurso sai fortalecido. Muito. É intenso, desafiador, com pontos de grau de dificuldade enorme, como a imponente Serra Luminosa (do ponto Dona Inês acima), que meu uninho passou. Inclusive perguntei para mais de 6 pessoas se passaria. Não faltou incentivo. E Você sábio leitor, pense e se pergunte: vencê-lo à pé ou de bike?
Para a Apoteose os já experientes romeiros me falavam no Caminho: “assim que o Santuário é avistado a sensação é extraordinária”. Eu o percorria e imaginava ser mesmo. Cada qual romeiro de sua forma, como me reportavam e contavam, afinal depois de dias (uns mais, outros menos) de intensa atividade na estrada entre sobe e desce serras íngremes, o objetivo seria - foi alcançado. Já em Aparecida o alívio: peregrinos em suas orações, agradecimentos e pedidos. Fiz os meus, passei pela imagem da Padroeira do Brasil e voltei para Jaguariúna, onde moro atualmente. Agora é planejar a volta. Embora pensei antes ir de bike, estou estudando fazer à pé. No mínimo 15 dias de bela jornada. Vamo que vamo!