(Por: Diácono Lombardi)

O sacrifício da missa não é simplesmente uma cópia do sacrifício da cruz, como o é um crucifixo ou uma imagem pendurada na parede; não é uma simples lembrança do sacrifício do Calvário, mas é o próprio sacrifício que em todos os séculos para todas as gerações é oferecido a Deus para a remissão dos nossos pecados.

Alguém que contabilize quantas missas assiste, ou participe, precisa saber que não são milhares de missas já celebradas nestes dois mil anos. A santa missa é uma só. Ou seja, o Mistério da Fé engloba a vinda de Jesus, que é Deus, em sua encarnação, paixão, morte e ressurreição. Participando da missa, em todas as vezes, estamos vivendo todo esse Mistério da Fé, que é único e irrepetível: "no sacrifício da missa a Paixão e a morte do Filho único de Deus renovam-se de um modo misterioso" (São Gregório Magno).

Caso contrário, não seria "memorial", mas repetidas cenas teatrais mascaradas por simples ou pomposos ritos litúrgicos. Memorial significa que no tempo presente vivemos a realidade da Última Ceia, a realidade do Calvário, a realidade da oblação, da oferta, que Jesus faz ao Pai para que consigamos o perdão divino, uma vez que ele é a vítima, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, pagando ao Pai o que é preciso para que sejamos libertados do mal. As penas que merecemos por nossos pecados ele as assume em si mesmo. Assim redimidos, ele nos oferece com ele ao Pai. A missa, portanto, é a nossa presença real nesse acontecimento histórico e único da nossa redenção, e não apenas ações que simbolizem teatralmente o que aconteceu há dois mil anos.