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O segredo velado por trás da autoridade

Diocese de Barretos - 23 de janeiro de 2025

O segredo velado por trás da autoridade

O segredo velado por trás da autoridade

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Por Pe. Ronaldo José Miguel, Reitor Seminário de Barretos.

É natural que, entre pessoas próximas ou íntimas, cultive-se o hábito de manter segredo sobre questões pessoais ou profissionais. Essa atitude, além de demonstrar maturidade entre os envolvidos, contribui para que a ordem seja mantida e haja o devido respeito à autoridade.

Desde a infância, aprendemos que devemos obedecer à autoridade dos pais, respeitando-os. Ao sermos introduzidos na educação escolar civil ou na instrução da fé confessional, aprendemos que se deve respeitar as pessoas mais velhas, sobretudo os mestres que nos educam. Na catequese cristã, somos instruídos a obedecer aos mandamentos divinos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, honrar pai e mãe, entre outros.

O respeito à autoridade é uma virtude tão prestigiada na fé católica que se transformou em voto para aqueles que assumem ministérios eclesiais: a promessa ou o voto religioso da obediência. O grande Santo Afonso Maria de Ligório, modelo de virtudes, dizia que “o sacrifício maior que uma alma pode oferecer a Deus é a obediência”. São Gregório Magno, papa e doutor da Igreja, complementa, afirmando que “pelas outras virtudes damos a Deus aquilo que possuímos, mas pela obediência damos-Lhe tudo o que somos”.

Entretanto, toda autoridade é ameaçada ou desrespeitada quando não se vigia o segredo daquilo que deve ser mantido oculto, preservando-se o obsequioso mistério. De fato, o que seria dos pais se os filhos participassem de todo tipo de conversa íntima entre o casal? O que seria do domador se ele revelasse seus medos ao animal que pretende domesticar? O que seria do santo se demonstrasse suas fraquezas, ou do mestre, suas incoerências?

Portanto, nem tudo deve ser revelado, mas mantido em segredo, oculto, escondido. Vale dizer: “tirar das vistas”, guardar para que não gere escândalos e não se perca a autoridade. Afinal, é da palavra "segredo" que se origina a palavra "secretário", aquela pessoa a quem se confiam segredos, coisas importantes e restritas, de foro interno.