O diabete melito é uma das doenças mais comuns no Brasil e constitui um importante problema de saúde pública, com risco de desenvolvimento de diversas complicações crônicas. Há consequências para órgãos e sistemas importantes, podendo afetar a visão, os rins e o sistema nervoso. Dentre essas complicações, uma das mais comuns é a neuropatia diabética, que pode se apresentar de várias formas, mas geralmente se caracteriza por perda da sensibilidade nos pés, podendo se estender aos tornozelos e pernas. O paciente com essa condição não costuma sentir alterações de temperatura, dor e pressão na região dos pés, o que dificulta sua percepção quando os lesiona. Pequenas lesões não percebidas ocorrem repetidamente e vão progredindo, principalmente porque o paciente portador de diabetes também tem sua circulação sanguínea e processo de cicatrização prejudicados. Assim, essas úlceras viram porta de entrada de bactérias, causando infecções que podem se tornar muito graves se não forem tratadas logo, podendo levar até mesmo à amputação do membro acometido. O pé diabético, assim como as outras consequências do diabetes, costuma ocorrer por um comprometimento do metabolismo da glicose, ou seja, quando a glicose do sangue está muito elevada e o diabetes, descontrolado.  Logo, é de extrema importância o controle da glicemia nos pacientes diabéticos, além de exigir um cuidado especial com os pés. Algumas recomendações importantes e fáceis de incluir no dia a dia, que melhoram a saúde do pé diabético são: lavar e secar bem os pés, evitar água muito quente, hidratação com creme apropriado (evitando a região entre os dedos), corte adequado das unhas (consulta mensal com podólogo, se possível), uso de meias brancas com sapatos fechados (para evitar traumas e, caso ocorram, tornar visível sangue ou secreções), inspeção diária dos pés em busca de pequenas lesões. Por fim, é essencial que a população saiba reconhecer o pé diabético precocemente, e que pacientes diabéticos tenham acompanhamento médico constante, visando evitar e prevenir suas possíveis complicações.

Marina Garcia Rodrigues Araújo, estudante do 7º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pela profª Larissa Donadel Barreto Sargentini