Plástica Ocular: quando saúde e estética caminham juntas
O Diário - 27 de abril de 2025

SAÚDE: Oftalmologista dra. Daniela Monteiro de Barros, especialista em oftalmologia pelo Willis Eye Hospital, no Estados Unidos, é orientadora da Liga Acadêmica de Oftalmologia da Facisb (laof)
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Especialista diz que muitas alterações que acometem as pálpebras afetam diretamente a visão
A plástica ocular, ou cirurgia oculoplástica, é uma subespecialidade da oftalmologia dedicada ao tratamento das pálpebras, vias lacrimais e da órbita. Embora muitas vezes associada a questões estéticas, essa área também tem papel fundamental na saúde ocular, prevenindo complicações e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
A oftalmologista Dra. Daniela Monteiro de Barros (CRM 109.939), especialista em plástica ocular, explica que muitas das alterações que acometem as pálpebras afetam diretamente a visão. “A dermatocalase, por exemplo, é o excesso de pele na pálpebra superior que, além do aspecto cansado, pode comprometer o campo visual”, afirma. Nesses casos, a blefaroplastia é o procedimento indicado — uma cirurgia que remove pele e gordura excedentes, melhorando a função e a aparência.
Outra condição frequente é a ptose palpebral, queda da pálpebra superior causada por fraqueza muscular. “Ela pode ser discreta, mas em casos graves interfere diretamente na visão e na postura do paciente, que passa a levantar o queixo para enxergar”, comenta a médica.
Entre os problemas mecânicos das pálpebras, estão o ectrópio (pálpebra virada para fora) e o entrópio (virada para dentro), ambos causadores de lacrimejamento, vermelhidão e desconforto. Dra. Daniela observa que essas alterações favorecem infecções e exigem correção cirúrgica.
A especialista também destaca a triquíase, em que os cílios crescem em direção à córnea, provocando atrito e risco de úlceras. Já nas obstruções das vias lacrimais, que levam ao lacrimejamento constante e infecções, a solução pode estar em cirurgias reconstrutivas específicas.
Casos mais complexos, como a anoftalmia — ausência do globo ocular —, também são abordados pela plástica ocular. “Nessas situações, trabalhamos a reconstrução da cavidade e a adaptação de prótese, sempre com foco na função e na estética”, diz a especialista.
Um avanço importante citado pela Dra. Daniela é a incorporação de novas tecnologias, como o FRAXX, um sistema que utiliza energia de radiofrequência fracionada no tratamento de flacidez palpebral leve e rugas finas. “É uma tecnologia complementar, menos invasiva, que pode ser usada isoladamente ou associada a procedimentos cirúrgicos, dependendo do caso”, explica. O FRAXX permite melhorar a qualidade da pele palpebral sem cortes, com rápida recuperação e bons resultados estéticos.
Além das cirurgias, a plástica ocular também contempla procedimentos estéticos minimamente invasivos. “O uso de toxina botulínica, conhecido popularmente como Botox®, é eficaz para suavizar rugas dinâmicas ao redor dos olhos, como os pés de galinha. Já os preenchimentos com ácido hialurônico são indicados para restaurar volume e contorno na região periorbital, como olheiras profundas e sulcos lacrimais”, explica a médica. Esses tratamentos são realizados em consultório, com resultados naturais e recuperação rápida.
Segundo ela, o mais importante é a avaliação individualizada. “Cada paciente tem uma anatomia, uma expectativa e uma necessidade funcional. A plástica ocular moderna une conhecimento técnico, estética e segurança no cuidado dessa região tão delicada”, finaliza.