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Predicado

luciano-borges - 22 de outubro de 2024

Predicado

Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais 

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É tudo menos o sujeito!

O que é predicado? Já ouviu algo do tipo: “Ah, ele é uma pessoa cheia de predicados”? Ainda que essa frase soe estranha, o contexto dá a entender que se trata de alguém com qualidades admiráveis. Ora, predicado, em bom português, é exatamente isso, ou seja, tudo o que se declara sobre um sujeito. Aliás, a gramática registra três tipos: verbal, nominal e verbonominal.

O predicado verbal é encontrado em frases cujos núcleos são sempre um verbo de ação. Como na frase “Os estudantes entraram em sala”. Note, leitor, que a estrela da frase é o verbo, pois ele indica a ação, ou melhor, o que está acontecendo. A regra a se seguir é sempre perguntar pelo sujeito: quem entrou na sala? Os estudantes. Então, o que sobra, “entraram na sala”, é o predicado verbal.

O predicado nominal, por sua vez, é observado em frases cujos núcleos são sempre um nome, cuja função é a de predicativo do sujeito. Por exemplo, na frase “Eles estavam eufóricos”. Quem é que estava eufórico(s)? Eles. O que sobra é o predicado, isto é, “estavam eufóricos”. Em seguida, examina-se o verbo, ele é de ação ou de estado? Se expressa um estado, é verbo ligação. Assim, o nome é, sem dúvida, o predicativo do sujeito!

O predicado verbonominal, por fim, é verificado em frases em que há dois núcleos: verbo e predicativo. Essa construção é apresentada na frase “O professor chegou contente”. Quem chegou? O professor! Logo, todo o resto é o predicado verbonominal, porque há um verbo que não é de ligação, pois indica uma ação (chegou), bem como um nome (contente) com função de predicativo do sujeito.

Portanto, predicado é tudo menos o sujeito. Inclusive, ele pode ser a frase toda nos casos em que o sujeito é oculto ou indeterminado. De todo modo, vale relembrar: o predicado é verbal quando o núcleo da frase é um verbo; nominal, se a estrela é o predicativo; e, verbonominal, desde que o período frásico contemple tanto verbo quanto predicativo.

Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais