Primavera centenária de chico barreto
O Diário - 4 de setembro de 2024
Marcelo Murta
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Um brejo é um lugar de luz. A água esverdeada lambe sementes e poliniza a Mata fechada. Morada de pássaros e animais nativos. Paz de vento morno. Sol encoberto por edifícios de árvores centenárias. Voo de passarada. Aeroporto de galhos seguros. Sons de riachos cristalinos. A Natureza esculpe com perfeição tudo e todos. Esculturas eólicas de pedras. Montanhas abrindo suas entranhas para mostrar séculos de evolução. Eras geológicas para contemplar. Civilizações perdidas cobertas de pó e vegetação agarrando ruínas. Desenhos enigmáticos pintados nas paredes de cavernas mal iluminadas. Buraco morada de Tatu. “Tatuzinho me abre a garrafa e me dá um pouquinho”. Jingle de garrafa de cachaça esquecida na velha mesa de madeira apodrecida. Varandas da imaginação. A lua ilumina os mistérios do tapete verde da paisagem. Estrelas brilham em gotículas de orvalho em folhas de palmeiras. Sereno frio de inverno atrasado. Clima de deserto na cidade do Rodeio. Sol escaldante derretendo chapéus e noites gélidas cobrando jaqueta de couro de ovelha. Fumaça de narinas. Olhos de farol alerta. Francisco Barreto engatilha a arma. Mira o jantar lambendo poça d’água suja de chuva passageira. Grande Sertão Barretos. Vila perdida de colonizador no norte do estado. O sono desmaia o corpo. Sonhos de jornada rumo a 170 Primaveras. Lampião alumia coisas de séculos passados. A espera do grande incêndio. Formador de pasto para espera de boiada do Frigorífico Anglo. Ciclo da Pecuária de corte espreita seu futuro. Canção do amanhecer. Sons de comitivas chegando do estradão. O Menino, da Porteira, testemunha a saga boiadeira. Abraços Cavalares.
Marcelo Murta