São Nicolau, o Papá Noel
karla-armani-medeiros - 24 de dezembro de 2024
PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, historiadora, professora de História e titular da cadeira 7 da ABC – www.karlaarmani.blogspot.com / @profkarlaarmani
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“O bom Papá Noel, o velho amigo das creanças, vem todos os anos segundo versam as lendas, trazer-lhes presentes de festa pelo Natal. Não se esquece nunca dos pequeninos, o bom velhinho S. Nicolào, que tem sempre um sorriso doce nos lábios, um sorriso casto e amorável, com que sorri à infância”. (Jornal O Sertanejo, 27/12/1903, p. 1).
Em Barretos, era dessa forma que se falava sobre o Natal e o bom velhinho no ano de 1903, com essas palavras e grafia. Mas ele era Papá Noel ou São Nicolau? Pela própria crônica é possível perceber que o Papai Noel era associado à figura de São Nicolau de Mira, um santo católico nascido na Ásia Menor, que viveu nos séculos III e IV, dono de uma biografia dedicada à caridade e afinidade com as crianças. E hoje, véspera de Natal, nada melhor do que falar sobre ele, o bom velhinho de muitos nomes e histórias.
São Nicolau foi bispo da Igreja Católica, e, segundo o Vaticano, ele era filho de pais ricos, mas, ficando órfão ainda jovem, distribuía sua riqueza ajudando aos mais pobres, principalmente as crianças. Sua principal história é a da ajuda que ele ofertou a três moças pobres que estavam condenadas à prostituição, mas que foram salvas por ele depois dele ter jogado sacos de moedas de ouro em suas janelas (ou chaminés) para que elas pudessem pagar seus dotes e se casarem. Séculos após seu falecimento, seus restos mortais foram roubados e levados para Bari, na península itálica, de onde se popularizou a sua lenda. Com o tempo, sua trajetória de bondade, caridade e afeição às crianças tornou-se ainda mais conhecida e não tardou fazer-se lendária. A história de São Nicolau, então, foi associada a outros contos populares (como o da mitologia nórdica, por exemplo, com seus gnomos, trenós e renas) que discorriam sobre um homem (ou ser mágico) bondoso que distribuía presentes às crianças de bom comportamento. Esses mitos foram então associados a São Nicolau, bispo representado em hagiografia com barbas brancas, também nascido em dezembro. Se juntarmos todas essas histórias e associarmos à fusão cristianismo, a figura do velho Noel passa a ter muito sentido.
Seja São Nicolau, Papá Noel, Pai Natal ou Papai Noel, o fato é que hoje à noite, pequenas mãozinhas e olhinhos brilhantes continuam esperando por ele. Feliz Natal!