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Sem o remédio amargo, não haverá cura!

O Diário - 20 de março de 2025

Sem o remédio amargo, não haverá cura!

EVARISTO ANANIA DE PAULA Advogado. Promotor de Justiça aposentado

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A frase acima nos soa como sendo uma recomendação dos tempos antigos, onde a medicina e a farmacologia não eram tão avançadas como o são atualmente. Mas trata-se de um ledo engano, pois foi proferida, não se fazem muitos anos, pela ex-ministra MARGARETH THATCHER, muito bem denominada por “DAMA DE FERRO”, dada sua postura, firmeza e determinação enquanto Chefe de Governo da nação britânica ou Reino Unido inglês.

O remédio a que se referiu foi um rígido controle das verbas e gastos com o dinheiro público, ambos tido como prioritários para a redenção econômica da Inglaterra como um todo. Foi amargo, sabor de fel, causou muitos dissabores, muitos passaram a odiá-la, mas quando o resultado começou a aparecer e 68% dos ingleses passaram a ter acesso à casa própria e outros inúmeros e incontáveis benefícios a situação mudou e passaram a vê-la como uma grande benemérita do povo inglês, ao ponto de ser a primeira governante a ser homenageada em vida com uma estátua no Palácio de Westminster – sede de ambas as casas do parlamento inglês. 

Mas não desejo declinar a biografia da inesquecível primeira-ministra inglesa, pois necessitaria de vários tomos para o empreendimento e me sinto incapacitado para a tarefa. O que desejo mesmo é apresentar o fato de que, no mais das vezes a população em geral, seja de um país, estado ou município invariavelmente não oferece aos seus dirigentes, em início de seu mandato, o tempo e/ou o prazo necessários para tomar acento e iniciar sua gestão, colocando em pratica seu programa de governo divulgado e registrado junto ao poder judiciário eleitoral quando do registro de sua candidatura, como sendo um dos documentos exigíveis para o ato.

É certo em que vivemos sob a égide dos tempos das redes sociais, em que quase tudo ocorre em tempo real e mais, agora mais recentemente sob o manto da inteligência artificial que acaba por pensar por nós. No entanto, necessitamos dar um pequeno tempo ao tempo e sermos mais coniventes e participativos, ao invés de meros predadores de vidas e biografias.