No último final de semana recebi, com muita tristeza no coração, a notícia da passagem ao universo eterno, de um bom amigo e espírita convicto, grande benemérito em Jataí-GO. Não declinarei seu nome, reservando-se apenas a contar o fato, de certa forma hilário ao final, em que pese toda a ocorrência que o envolveu, vividos no início da década de l.990.

Como sabem, estive envolvido com a educação superior por cerca de 40 anos em Goiás e, certa feita necessitava dar ingresso a um processo junto ao Ministério da Educação com data vencendo na data dos fatos ocorridos. Com o prazo exaurindo e por ser algo proeminente, nosso Diretor Prof. Paulo de Lima (de saudosa memória), convidou-me a ir a Brasília com ele, servindo-se naquela oportunidade dos serviços de taxiamento aeronáutico deste nosso amigo recém-falecido.

De Jataí a Brasília foram cerca de duas horas de voo e, para o ingresso ao seu espaço aéreo existem regras expressas de proteção aos próprios públicos federais, especialmente no quesito segurança das autoridades constituídas da nação e, por isso mesmo, voos advindos da direção oeste/leste devem defletir à esquerda e depois virar à direita para atingirem a pista própria de pouso.

Ao fazerem este percurso as aeronaves não sobrevoam o Palácio do Planalto, as casas dos poderes legislativo e judiciário e muito menos o Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República.

No nosso caso em particular, fizemos exatamente ao contrário e nem imaginávamos os riscos que corremos em face às forças de segurança, em que pese as instruções recebidas pela torre de controle e as orientações para os desvios a serem feitos. Ao final do pouso um contingente de autoridades de segurança nos aguardava, fizeram os devidos reconhecimentos, as advertências de praxe, inclusive uma multa não muito onerosa e em seguida nos liberaram para o cumprimento de nossa obrigação junto ao MEC.

EVARISTO ANANIA DE PAULA - Advogado. Promotor de Justiça aposentado