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Todos nós vamos sempre na mesma Missa

Diocese de Barretos - 20 de novembro de 2024

Todos nós vamos sempre na mesma Missa

Todos nós vamos sempre na mesma Missa

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(Por: Diácono Lombardi)

Pergunta inicial para você responder pra si mesmo: durante a sua vida, até agora, em quantas missas você já foi?

Geralmente a resposta será: impossível saber, já fui em tantas, aliás vou à missa desde criancinha... e assim por diante. Talvez até arrisque: centenas de vezes, milhares...

Nosso propósito aqui é tentar esclarecer um ponto importante a que muitos católicos provavelmente ainda não pensaram: a Igreja, em todos os séculos, nunca celebrou “várias” missas, numa repetição interminável por todos os quatro cantos da terra. A missa não é um conjunto de ritos rigorosamente pré-definidos, como se fosse uma franquia disponibilizada para todas as igrejas, com seus aspectos litúrgicos a serem obedecidos ortodoxamente, ou uma peça de teatro em que atores e atrizes seguem com rigor tudo o que já está roteirizado.

Exatamente! Não há “várias” missas por todos os séculos dos séculos. A Missa é uma só, desde a noite daquela quinta-feira em que o nosso Deus Jesus a instituiu, no início de seu único sacrifício para a remissão e resgate de todos nós das garras do mal, como um voluntário Cordeiro de Deus ao assumir em si mesmo todas as penas que merecíamos por nossas iniquidades.

É esse o significado do termo «Memorial». Nas igrejas não temos “missas” como lembrança daquilo que Jesus fez, como se estivéssemos folheando um álbum de fotos apenas como recordações de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Memorial significa que estamos “fazendo”, e não apenas nos lembrando, por ser essa a sua divina ordem: “Fazei isto em memória de mim”.

Por isso, é preciso que entendamos bem o seguinte: desde aquela noite de quinta-feira, início de um tríduo que culminou com a sua Ressurreição, só existe “uma” missa, da qual participamos até hoje; é um acontecimento do qual todas as gerações, desde então, estão efetivamente participando; atualmente, nós, da geração atual, estamos nessa mesma missa, nesse mesmo e único Santo Sacrifício, presentes, portanto, no Cenáculo, no Calvário, e à beira do túmulo vazio onde nosso Salvador derrotou a morte e nos trouxe de volta à vida, numa nova Aliança, salvando-nos.

É por isso que a Igreja, em tudo o que faz, em todas as pastorais, movimentos e ações, tem um único objetivo: reunir-nos todos em volta do sagrado Altar, em quaisquer catedrais, basílicas, santuários, igrejas ou pequenas capelas, para participarmos dessa única Missa, com Cristo sempre presente, numa ação contínua, há dois mil anos, de se oferecer ao Pai como “vítima”, ou “hóstia” viva, para a remissão dos nossos pecados. Nesse ofertório milenar, todos nós, que estivermos inseridos n´Ele, comendo sua carne e bebendo o seu precioso sangue, também somos oferecidos, e o Pai nos aceita, nos adota como amados filhos e conosco então compartilha toda a sua graça e plenitude.

Ir continuamente, semanalmente, a essa única Missa, é tudo de bom! Aliás, é o momento mais importante de toda a nossa curta passagem pela face da terra.