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Um outro estilo: a mansidão

Diocese de Barretos - 11 de janeiro de 2025

Um outro estilo: a mansidão

Um outro estilo: a mansidão

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Por Seminarista Matheus Flávio, 4º de Teologia. 

Na versão do Evangelho de Mateus (5,3-12) tem-se as diferentes bem-aventuranças e em 2018, foi publicada a exortação apostólica Gaudete et Exsultate sobre o chamado a santidade no mundo atual, que em um de seus capítulos, o Papa Francisco fez interessantes comentários sobre esse trecho do Evangelho. 

Mas o que são estas bem-aventuranças e por que são importantes para a vida cristã? Segundo o Papa Francisco, “são como que o bilhete de identidade do cristão. Assim, se um de nós se questionar sobre ‘como fazer para chegar a ser um bom cristão’, a resposta é simples: é necessário fazer – cada qual a seu modo – aquilo que Jesus disse no sermão das bem-aventuranças. Nelas está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia a dia de nossa vida.”

Em uma sociedade marcada por conflitos, discussões, intolerâncias, egoísmo, orgulho, torna-se necessário colocar em evidência algumas das palavras de Jesus: “Felizes os mansos, porque possuirão a terra”. Quantas vezes vemos ou vivemos situações de inimizade, de ódio? Quantas vezes classifica-se os outros pelas suas ideias, costumes, roupas entre outros “critérios”? Quantas vezes cada um se julga no direito de elevar-se acima dos outros? Com esses questionamentos pode parecer impossível, mas Jesus propõe outro estilo: a mansidão.

Muitas vezes a ideia de uma pessoa ser mansa é associada ao ser “boazinha”, mas é algo mais amplo e virtuoso. O Papa Francisco na Exortação lembra duas situações em que a mansidão pode conduzir nossa ação: 1.“Se vivemos tensos, arrogantes diante dos outros, acabamos cansados e exaustos. Mas, quando olhamos os seus limites e defeitos com ternura e mansidão, sem nos sentirmos superiores, podemos dar-lhes uma mão e evitamos gastar energias em lamentações inúteis.” 2.“Se alguma vez nos preocuparem as más ações do irmão, São Paulo propõe que o abordemos para corrigi-lo, mas em espírito de mansidão. Mesmo quando alguém defende a sua fé e as suas convicções, deve fazê-lo com mansidão, e os próprios adversários devem ser tratados com mansidão.” 

A mansidão pode ser compreendida também como a atitude de quem coloca a sua confiança somente em Deus, então alguém poderia questionar: se eu for manso assim, pensarão que sou inocente demais, bobo. Deixemos que pensem assim, pois sendo mansos, alcançaremos o que Jesus propõe ao anunciar esta bem-aventurança, “porque possuirão a terra”, ou seja, verão o cumprimento das promessas de Deus em suas vidas.

Diante da realidade atual, ser manso chama, estimula, desafia cada um de nós a uma mudança real de vida. Portanto busquemos sempre o estilo da mansidão, deixando as armaduras do orgulho e da arrogância, o “poder” de ter argumentos para tudo e rezemos pedindo a graça de nos tronarmos a cada dia mais mansos, como diz a jaculatória: “Jesus manso e humilde de coração, tornai o nosso coração semelhante ao Vosso.”