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Um Rei que dá testemunho da verdade

Diocese de Barretos - 23 de novembro de 2024

Um Rei que dá testemunho da verdade

Um Rei que dá testemunho da verdade

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O livro do Apocalipse, na segunda leitura, guarda o anúncio: Jesus Cristo é o “soberano dos reis da terra”. É verdade que uma afirmação como essa pode ser mal interpretada ou mesmo utilizada para ameaçar ou amedrontar. Por isso, toda a liturgia da Palavra oferece um mapa para compreender bem o significado do Reinado de Jesus, cujo ápice é o serviço, o amor e a verdade.

O Evangelho apresenta a dramática cena da prisão de Jesus e do interrogatório de Pilatos. Nessa hora, Jesus anunciou que é rei, um rei diferente de todos os outros. A visão de Daniel, na primeira leitura, intui a chegada do Filho do Homem como vencedor das forças do mal. A potência do Filho do Homem é sua humanidade diretamente vinculada ao céu.

O Reinado de Jesus Cristo potencializa toda a humanidade: “que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados e que fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai” (v. 5-6). Todo seguidor de Jesus é sacerdote que oferece a vida como sacrifício! É pelo serviço à humanidade – como lavadores de pés – que participamos do Reinado de Jesus.

De fato, Jesus é um rei diferente, um rei que não quer escravos, mas pessoas livres e dispostas a serem felizes à medida que doam a vida, que “oferecem o sangue”. A consequência de todo sacerdócio à maneira de Jesus é a perseguição, mas a vingança nunca será a resposta! “Baterão no peito por causa dele” (v. 7), vai concluindo o texto, para afirmar a conversão do coração de que todos, em todos os momentos, são chamados a participar.

O Evangelho desta solenidade traz a cena de Jesus entregue às autoridades judaicas. O diálogo com Pilatos evidencia as contradições entre o reinado do mundo e o Reinado de Deus. É do meio da derrota que Jesus proclama: “eu sou rei!” (v. 37). Um rei derrotado, sozinho, sem defesa, sem trono, sem exército. Jesus é o rei cuja glória é a cruz e cuja coroa é de espinhos. Jesus é rei que se expõe! Jesus, o rei cujo esplendor é estar rodeado de pessoas simples: mulheres, crianças, homens, doentes, loucos, pessoas com deficiência, marginalizadas, caídas nas estradas... O rei contador de causos!

A solenidade de Cristo Rei pode ser ambígua, se não compreendida bem, se não assimilada na perspectiva da Boa Notícia do Reinado de Deus. De fato, a vocação “real” de todas as pessoas, o instinto mais humano, é servir. Todo batizado recebe um triplo presente: ao ser incorporado à comunidade dos seguidores de Jesus, é marcado como sacerdote, profeta e rei. A liturgia da Palavra desta solenidade ajuda a entender e meditar o Cristo como rei do serviço e do amor, rei eterno, para o qual estamos destinados, princípio e fim de todas as coisas! (Por: Revista “Vida Pastoral”, Paulus, n. 360)