Vida: uma célula vital de transformação humana
Diocese de Barretos - 4 de fevereiro de 2025
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Vida: uma célula vital de transformação humana
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Por Pe. Daniel Canevarollo, Vigário Paróquia São Benedito, Barretos.
Ao abordar o tema sobre valor da vida em uma palestra para uma turma de teologia bioética, um médico cardiologista cristão católico, enfatizava a importância de entender a vida como um ato de movimento e transformação constante. Considerando dados científicos ele ressaltou que a “célula”, a menor unidade metabólica dos seres vivos é essencial para a manutenção da vida, e é onde ocorrem as diversas mudanças necessárias para que a vida aconteça. Ele afirmou que a palavra célula se origina do latim cella, que significa pequeno quarto, relacionando-a espiritualmente com as celas que são locais de recolhimento das congregações religiosas, onde os religiosos buscam florescer na vida em Deus por meio do descanso e da oração.
Na célula tem-se localizados os genes e o DNA, assim como os “telômeros,” que são sequências repetitivas nas extremidades dos cromossomos sendo fundamentais para a longevidade celular. Com o tempo, os telômeros diminuem, causando instabilidade nas células levando-as aos processos de apoptose, ou seja, um processo ordenado de morte celular que elimina células defeituosas ou desnecessárias e que não pode ser revertido.
O médico destacou que um professor chamava de “linha de não retorno” o momento em que a célula perde sua capacidade de transformação e movimento, levando à morte. O médico levou a turma considerar que é interessante notar que enquanto a matéria cessa de se mover e se transforma, resultando no processo de morte, a “alma” continua sua jornada, representando assim um processo de vida eterna. Esses conceitos são de suma importância em relação ao tema da “fecundidade”, pois o casal, homem e mulher, são corresponsáveis por trazer a vida de seres que não existiam e pelo simples fato de existirem já possuem a graça e o Dom da vida eterna, por possuírem a alma que não cessa jamais de se movimentar.
No contexto do livre arbítrio, podemos afirmar que na razão e na vontade, em um agir ou não agir deliberado segundo a disposição de cada um está inserido a aptidão de em um elo de amor e união gerar vida ou a rejeitar. A liberdade implica a possibilidade de escolher e se responsabilizar em ambas as partes pelas atitudes e escolhas de cada ser humano resultando no sentido da vida.
Assim, ao concluir a abordagem sobre o valor da vida, passando pelos caminhos científicos e espirituais o médico ressaltou a dignidade da pessoa humana, chegando à conclusão que ela está centrada na pessoa de Jesus Cristo. Uma vez que Ele, assumindo nossa humanidade, também nos fez participantes de sua natureza Divina, e por isto, somos irmãos, coerdeiros de Deus e devemos pautar nossas decisões baseadas no respeito mútuo e em prol da vida e do amor. Nisto consiste o Dom da vida que nos foi dado, ser movimento de transformação, célula vital que gera e transforma o mundo deixando marcas de sinais eternos.